quarta-feira, 4 de maio de 2016

Reprodução assexuada

A reprodução assexuada não envolve trocas de gametas entre os indivíduos e os organismos formados são geneticamente idênticos ao organismo que os gerou. Caso ocorra uma mutação no DNA, estes organismos apresentarão diferenças em relação ao progenitor. Existem vários tipos de reprodução assexuada: divisão binária, brotamento, regeneração e esporulação.

Divisão binária, bipartição ou cissiparidade

Este tipo de reprodução é o processo em que uma célula se divide em duas, por mitose, e origina duas células geneticamente idênticas. Encontramos este tipo de reprodução em bactérias e protozoários.



Brotamento ou gemiparidade

Neste tipo de reprodução um broto se desenvolve no indivíduo e após um tempo se desprende, passando a ter uma vida independente. Podemos citar como exemplos de organismos que se reproduzem por brotamento os fungos, as hidras, as esponjas e até certas plantas.



Regeneração

Alguns organismos possuem uma capacidade de regeneração muito grande. Quando algum fragmento é retirado, ao encontrar condições ideais de sobrevivência, pode se regenerar e dar origem a um novo indivíduo. Isto pode acontecer nas planárias, esponjas e algumas plantas.


Algumas partes de certas plantas, ao serem destacadas e implantadas no solo, ou imersas em água, desenvolvem raízes e dão origem à novas plantas. Esta prática e chamada de estaquia e é muito utilizada em jardinagem.


Esporulação

A esporulação é o processo de reprodução onde os organismos produzem esporos que são liberados no ambiente e quando encontram condições favoráveis, germinam. Encontramos este tipo de reprodução em bactérias, fungos e algas.

Fabiano Taylor

Reprodução sexuada

Reprodução sexuada é o processo que envolve fusão de gametas de organismos de uma mesma espécie, originando um ou mais organismos geneticamente diferente dos progenitores.

Esta diferença ocorre porque no processo de formação dos gametas ocorre a meiose, e nela ocorre a recombinação gênica. Quando dos gametas se unem, somam suas características e dão origem a um novo indivíduo. Este processo aumenta a variabilidade genética entre os organismos, possibilitando assim uma diversidade maior entre eles e propiciando sempre organismos capazes de se adaptar ao meio onde vivem.

As trocas de gametas podem ocorrer entre organismos diferentes da mesma espécie ou até mesmo entre um mesmo indivíduo.

Algumas espécies apresentam indivíduos do sexo masculino e outros do sexo feminino. Estas espécies são chamadas de dióicas porque os sexos são separados. A fecundação entre eles pode ser interna ou externa. A fecundação interna ocorre dentro do organismo feminino, que é o produtor de óvulos. A fecundação externa ocorre no ambiente. Humanos são dióicos e possuem fecundação interna.

Espécies que apresentam os dois sexos em um mesmo organismo são chamadas de hermafroditas ou monóicas. Elas produzem tanto gametas masculinos quanto femininos. Podem fazer autofecundação, ou seja, o espermatozóide fecunda o óvulo da mesma planta, porém este processo não favorece a variabilidade genética. Alguns organismos possuem mecanismos que barram a autofecundação como a maturação dos órgãos sexuais em épocas diferentes, ou estruturas que dificultam o acesso dos gametas masculinos até os femininos, como em certas plantas. As minhocas são hermafroditas. O processo onde os gametas masculinos produzidos por um organismo hermafrodita fecundam o óvulo de outro organismo hermafrodita da mesma espécie é chamado de fecundação cruzada.

Partenogênese

Um caso particular de reprodução sexuada é a partenogênese, pois mesmo que não haja fecundação, envolve a participação do gameta feminino. A partenogênese é o desenvolvimento do óvulo em um novo indivíduo sem a ocorrência de fecundação.

Fabiano Taylor

Sistema reprodutor masculino


Os órgãos do sistema reprodutor masculino produzem os gametas por meio da gametogênese e são anatomicamente moldados para inserir estes gametas no sistema reprodutor feminino para que haja fecundação e continuidade da espécie.


As gônadas masculinas, ou testículos, são órgãos sexuais principais, pois produzem os gametas e s hormônios que definem as características sexuais secundárias. O epidídimo, ducto deferente, vesículas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais, escroto e pênis são chamados de órgãos sexuais acessórios.

Embriologia

O sexo do embrião é definido durante a fertilização, mas as estruturas reprodutivas só vão se desenvolver após a 8ª semana de gestação. Este período é chamado de período indiferenciado e é onde as gônadas começam a se diferenciar.

Após esse período, os canais seminíferos são formados, a partir do ducto mesonéfrico, que forma também os canais eferentes, epidídimo e o ducto deferente. As gônadas se diferenciam em testículos e passam a produzir hormônios masculinos, que controlam o desenvolvimento dos genitais externos. O pênis se origina de uma estrutura chamada tubérculo genital. O escroto se desenvolve a partir das dobras labioescrotais. Após essa formação os testículos são inseridos.

Espermatogênese

É a produção de gametas masculinos, os espermatozóides, a partir de divisões celulares e mediada por hormônios. (veja mais em Espermatogênese)

Espermatozóide

O espermatozóide é a célula reprodutiva formada durante a gametogênese. Espermatozóides normais de seres humanos possuem 23 cromossomos.

O espermatozóide é composto pelas seguintes partes: a cabeça possui um núcleo e é coberta pelo capuz acrossômico, que possui enzimas que ajudam o espermatozóide penetrar no óvulo. O colo é a região que vem logo após a cabeça, seguida pela peça intermediária, que possui mitocôndrias que proporcionam energia para a movimentação do flagelo. O espermatozóide possui pouco citoplasma, por isso não sobrevive por muito tempo. A nutrição é retirada do sêmen.

Sêmen

As glândulas acessórias (vesículas seminais, próstata e glândula bulbouretral) produzem várias secreções que se misturam com os espermatozóides durante a passagem pelos canais e funcionam como nutrientes para os espermatozóides. Possui pH alcalino para protegê-los da acidez do pH vaginal.

Epidídimo

O epidídimo recebe os espermatozóides produzidos pelo testículo e serve como local de reserva de espermatozóides pos é um tubo muito longo. A musculatura lisa do epidídimo tem contrações que ajudam no transporte dos espermatozóides e na ejaculação. O processo de maturação dos espermatozóides ocorre durante sua passagem pelo epidídimo.

Ducto deferente

O epidídimo continua no ducto deferente, que desemboca na uretra prostática e é formado por músculo liso. Antes de penetrar na próstata, o tubo se alonga formando uma ampola, que se liga a vesícula seminal, segue penetrando na próstata ate chegar à região prostática da uretra. Na região intraprostática recebe o nome de ducto ejaculatório. Os músculos lisos do ducto deferente sofrem contrações durante a ejaculação.

Glândulas acessórias

- Vesículas seminais

As vesículas seminais são duas bolsas que secretam um líquido viscoso composto principalmente por frutose, prostaglandinas e várias proteínas que fornecem nutrição e energia para o espermatozóide. Localizam-se lateralmente aos ductos deferentes. A secreção das vesículas seminais é controlada pela testosterona.

- Próstata

A próstata produz o líquido prostático e se localiza próxima ao reto. Este líquido secretado é alcalino e leitoso, contribuindo na composição do sêmen.

- Glândulas bulbouretrais

São duas pequenas glândulas (do tamanho de ervilhas) que se localizam abaixo da próstata. Secretam um muco claro e tem função lubrificante.

Pênis

O pênis é formado pelas seguintes partes: glande, prepúcio, corpo cavernoso, corpo esponjoso e bulbo.

A glande é a extremidade do pênis, coberta por uma pele, chamada prepúcio. Os dois corpos cavernosos e o corpo esponjoso possuem espaços esponjosos que se enchem de sangue, causando a ereção. O canal da uretra passa por entre esses tecidos eréteis. O bulbo é a região alargada do corpo esponjoso, na sua região proximal (base do pênis).

Fabiano Taylor

Sistema reprodutor feminino


O sistema reprodutor feminino é formado pelas gônadas (ovários) que produzem os óvulos, as tubas uterinas, que transportam os óvulos do ovário até o útero e os protege, o útero, onde o embrião irá se desenvolver caso haja fecundação, a vagina e a vulva.

Ovários

Os ovários são órgãos sexuais primários, produzem os óvulos e os hormônios sexuais femininos estrógeno e progesterona. Os ovários possuem o tamanho aproximado de uma azeitona.

A camada mais externa de tecido é chamada de córtex e possui milhares de células, que são os óvulos imaturos, chamados de folículos primários, que completam seu desenvolvimento durante a ovulação. Esses folículos começam crescer e se desenvolver sob a ação dos hormônios, processo que começa na adolescência.

Ovogênese

É nome da gametogênese feminina, que leva à produção dos óvulos. Este processo inicia-se antes do nascimento e as células diplóides precursoras, as ovogônias, crescem durante o período embrionário e passam a ser chamadas de ovócitos primários e apenas na puberdade que estas células sofrerão meiose, produzindo células haplóides. O óvulo finaliza seu desenvolvimento durante a fecundação.

Tubas uterinas

As tubas uterinas são formadas pelas seguintes partes: a mesoalpinge é a região onde ela se prende no útero, o istmo é a porção medial que se abre o útero e a ampola é a região onde ela sofre uma curvatura para encontrar o ovário.

Próximo ao ovário está o infundíbulo, que se abre em uma cavidade chamada óstio abdominal, que possui muitas fímbrias, que estão presas ao ovário. Estas fímbrias movimentam-se, carregando o óvulo pelo interior da tuba uterina, com o auxílio das células ciliadas presentes na região e também de contrações musculares da parede.

Útero

O útero possui a forma de uma pêra invertida, é musculoso e oco. Na sua região superior/lateral está ligado com as tubas uterinas e na região inferior está ligado com a vagina.

Está situado na cavidade pélvica, atrás da bexiga urinária e anteriormente ao reto.

O útero é formado pelas seguintes regiões: corpo, istmo, colo, óstio e fundo. O corpo é a porção superior do útero, que se estreita logo abaixo, formando o istmo. O colo do útero é a região onde o istmo encontra a vagina e possui forma cilíndrica. O óstio é a abertura do útero na vagina. O fundo do útero é a região próxima das ligações com as tubas uterinas.

O interior do útero é revestido por um tecido muito vascularizado e sua parede é formada por três camadas, que são as mesmas das tubas uterinas: serosa, miométrio e endométrio. A serosa é formada pelo peritônio. O miométrio encontra-se abaixo da serosa e é responsável por boa parte da espessura da parede uterina.

O endométrio é uma camada de células que reveste a cavidade uterina e tem uma participação muito importante durante a ovulação. Todo mês ele se torna mais espesso para receber o óvulo fertilizado. Caso não ocorra a fertilização, o endométrio que se desenvolveu é eliminado através da menstruação.

Vagina

A vagina é um canal musculoso que liga o colo do útero ate o exterior, na genitália. Próximo à entrada da vagina há uma membrana vascularizada, chamada hímen, que bloqueia a entrada da vagina total ou parcialmente e normalmente se rompe nas primeiras relações sexuais.

A mucosa vaginal possui pH ácido para impedir a proliferação de microorganismos nesta região.

Na parede da vagina há células produtoras de muco para lubrificar a região durante a relação sexual, facilitando a penetração do pênis. Estas células são chamadas de glândulas de Bartolin.

Genitália feminina externa

A genitália feminina externa é chamada de vulva. Normalmente sua região mais externa é coberta com pêlos.

É formada pelos grandes lábios, que envolvem duas pregas menores, chamadas de pequenos lábios e que protegem a abertura vaginal e circundam o clitóris. São altamente vascularizados.

O clitóris é um pequeno órgão, altamente sensível e corresponde a glande do pênis e é formado por tecido erétil.

Períneo feminino

É a região externa entre a vagina e o ânus.

Mamas e glândulas mamárias

As glândulas mamárias produzem o leite que servira de alimento para o recém nascido. Também estão presentes nos homens, porém não produzem leite.

São formadas externamente pelo mamilo e aréola.

As glândulas mamárias são formadas por 15 a 20 lobos. É na puberdade, sob a ação dos hormônios que elas começam se desenvolver.

Ciclo Menstrual

Ciclo menstrual é o nome dos processos que ocorrem no sistema reprodutor feminino todo mês em decorrência da ação dos hormônios estrógeno e progesterona.

Fases do ciclo menstrual:




Fase menstrual

A menstruação é a eliminação do tecido endometrial, sangue, secreções e muco do útero, e dura de três a sete dias.

Durante este processo o nível de estrógeno e progesterona é baixo no sangue e permitem que o hipotálamo secrete o fator liberador do FSH (hormônio folículo-estimulante), estimulando a adeno-hipófise a produzir FSH e LH, estimulando o desenvolvimento do folículo primário.

Fase proliferativa

Nesta fase há um aumento na produção de estrógeno e a parede do endométrio começa ficar espessa. O folículo primário amadurece e começa secretar progesterona. Quando a produção de estrógeno chega ao seu máximo, o LH também tem um aumento na sua produção, provocando a ruptura do folículo maduro, ocorrendo a ovulação, próximo ao 14º dia após o início da menstruação.

Essa fase é chamada de proliferativa, pois as células do endométrio se proliferam e recebem vasos sanguíneos.

Fase secretora

Após a ovulação, o folículo que se rompeu sofre algumas transformações, tornando-se amarelado e recebe o nome de corpo lúteo, ou corpo amarelo. Sua função é produzir progesterona e estrógeno. Com o aumento da produção destes hormônios, a produção de LH e FSH cessa.

O endométrio está pronto para receber o embrião e está ricamente vascularizado. Por volta da 4ª semana, o corpo lúteo regride e cessa a produção de hormônios. Se não houver fecundação o endométrio é eliminado através da menstruação, iniciando um novo ciclo menstrual.


Suellem Julião


Casos especiais de reprodução

Poliembrionia: 

Formação de vários embriões a partir de um único zigoto. Nesse caso, no início do desenvolvimento embrionário ocorre a separação de células em dois ou mais grupos; cada grupo poderá desenvolver e formar um novo indivíduo. Como todos os indivíduos assim formados são provenientes de um mesmo zigoto, conclui-se que todos eles terão a mesma constituição genética: logo, serão necessariamente do mesmo sexo. Esse é o caso dos gêmeos univitelinos, também conhecido como gêmeos verdadeiros.

Na espécie humana a ocorrência de gêmeos univitelinos é relativamente rara. Em outros casos, como nos tatus, trata-se de um fenômeno comum.

Mas a poliembrionia nem sempre é a responsável pela formação de gêmeos. Na espécie humana, por exemplo, uma mulher pode liberar dois ou mais óvulos durante uma única ovulação. Nesse caso, sendo esses óvulos fecundados , formam-se os gêmeos bivitelinos, também conhecidos como gêmeos diferem geneticamente em do outro, da mesma maneira que quaisquer irmãos nascidos em partos diferentes. Logo, não precisam ser necessariamente do mesmo sexo, já que são portadores de patrimônios genéticos diferentes.


 



Partenogênese:

O termo partenogênese (do grego parthenos: virgem; genesis: origem) designa o fenômeno biológico em que o gameta feminino (óvulo) de certos animais se desenvolve formando um novo indivíduo, sem que tenha sido fecundado.

Trata-se de um caso atípico de reprodução sexuada, uma vez que para se processar necessita da formação de um gameta.

Um caso muito comum de partenogênese verifica-se entre as abelhas (Apis mellifera). Nesses animais, as abelhas-rainhas - fêmeas férteis- produzem óvulos haplóides que podem ou não ser fecundados pelos espermatozóides dos zangões - machos férteis. Os óvulos fecundados,  ao se desenvolverem, normalmente originam somente fêmeas, que são diplóides (2n) e podem ser respresentadas por abelhas operárias ou rainhas. Por sua vez, os óvulos haplóides não fecundados têm chance de se desenvolver por partenogênese e originar somente zangões, que são, portanto, igualmente haplóides.



Suellem Julião.